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Governo da Síria nomeia uma mulher cristã como ministra pela primeira vez

O governo da Síria nomeou uma mulher cristã como ministra pela primeira vez na história do país. No último sábado (29)...

Governo da Síria nomeia uma mulher cristã como ministra pela primeira vez
Governo da Síria nomeia uma mulher cristã como ministra pela primeira vez (Foto: Reprodução)

O governo da Síria nomeou uma mulher cristã como ministra pela primeira vez na história do país.

No último sábado (29), novos ministros foram empossados pelo presidente interino Ahmad al-Shara, do grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS).

A cristã Hind Kabawat foi nomeada ministra de Assuntos Sociais e Trabalho. Ela é uma ativista que se opôs durante muitos anos à ditadura de Bashar al-Assad, que foi derrubada no ano passado.

Além disso, Hind participou do comitê de diálogo nacional, que discutiu o estabelecimento do novo governo após o fim da ditadura.

O novo governo de transição é formado por 23 ministros, de etnias e religiões diferentes. "A formação de um novo governo hoje é uma declaração de nossa vontade conjunta de construir um novo Estado", afirmou al-Sharaa em um discurso.

Entre os novos ministros empossados, não estão membros das Forças Democráticas Sírias apoiadas pelos EUA e lideradas pelos curdos.

O novo governo misto é uma resposta de al-Sharaa aos países ocidentais, que exigiram que mulheres e minorias façam parte do processo político da Síria.

O principal objetivo do novo governo é acabar com a guerra civil e implantar estabilidade social ao país, que foi palco de confrontos violentos que matou mais de 1.000 pessoas, incluindo cristãos, no início de março.

O anúncio dos novos ministros é uma tentativa de convencer o Ocidente a suspender as sanções econômicas impostas ao regime ditatorial de Assad há mais de 10 anos.

Futuro incerto para os cristãos

Após a queda de Bashar al Assad e a tomada do poder por extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), os cristãos sírios passaram a enfrentar um clima de incerteza e medo.

Segundo a Missão Portas Abertas, os cristãos vivem uma mistura de otimismo cauteloso e ceticismo em relação ao futuro do país nas mãos dos rebeldes. 

O povo sírio, que foi castigado por décadas de regime autoritário, está experimentando a liberdade, mas ainda não tem certeza do que será da nação no futuro.

O principal desafio para os sírios é reconstruir o país que foi deixado em ruínas no aspecto social, político e econômico.

Os seguidores de Jesus no país preferem manter a cautela inicialmente. "Fomos pegos de surpresa. Nos sentimos inseguros e não sabemos o que fazer. As coisas parecem calmas na superfície, mas levará tempo para realmente entender o que está acontecendo. Precisamos ser cautelosos, continuar monitorando e oferecer o nosso melhor", ressaltou outro cristão.

Enquanto isso, tem acontecido reuniões entre líderes da oposição e representantes da Igreja, com promessas que os cristãos sírios serão protegidos e inclusos na sociedade.

“Queremos acreditar neles, mas temos medo. Sentimos que os cristãos na Síria estão sendo usados como uma carta política para garantir um bom relacionamento com o Ocidente ", revelou um cristão, anteriormente.